Informação foi confirmada neste sábado pelo cuidador do carnavalesco.
Carnavalesco estava internado em estado grave em hospital de São Luís.
Rosanne D’Agostino e Glauco AraújoDo G1, em São Paulo
O carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, conhecido como Joãosinho Trinta, de 78 anos morreu por volta das 11h deste sábado (17) em São Luís, no Maranhão. Ele estava internado desde o dia 3 deste mês, em estado grave.
“Sou a última pessoa que esteve com ele. O aparelho dele parou de funcionar. Apertou a minha mão e se foi. Estava no quarto com ele faz cinco minutos”, afirmou ao G1 Arley Mack, cuidador do carnavalesco.
Segundo o assessor de imprensa de Joãosinho, o sepultamento deve ocorrer às 10h da segunda-feira (19). O corpo será velado no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, em São Luís. No domingo, está prevista uma missa às 10h30 e um culto às 13h30. À noite, parte um cortejo para o Teatro Arthur Azevedo, no centro da cidade. Na segunda, o enterro deve ocorrer no cemitério do Gavião.
“Ele vai ser enterrado com a roupa, um terno branco, que ele usaria para ser homenageado pela Beija-Flor. Ele viria no último carro”, disse Biné Gomes, assessor de Joãosinho. O enredo 2012 da Beija-Flor é sobre o Maranhão.
Estado grave
O Hospital UDI, em São Luís, informou que o carnavalesco morreu às 9h55 horário local (10h55 de Brasília), em razão de um choque séptico, infecção generalizada, e apresentava quadro de pneumonia e infecção urinária.
Até esta sexta, ele estava com um “quadro de insuficiência respiratória e sepse, evoluindo com instabilidade hemodinâmica”. A cirurgia a que ele se submeteria na sexta havia sido descartada no final da tarde.
A carreira do carnavalesco Joãosinho Trinta
João Clemente Jorge Trinta, conhecido como Joãosinho Trinta, nasceu em São Luís, em 23 de novembro de 1933. Trabalhou como escriturário na capital maranhense até se mudar para o Rio de Janeiro, em 1951, onde fez dança clássica no Teatro Municipal e montou peças como “O Guarani”, de Carlos Gomes, e “Aida”, de Giuseppe Verdi.
Ele começou a carreira de carnavalesco no Salgueiro, como assistente de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Joãosinho foi campeão em 1965, 1969 e 1971. Dois anos depois, em 1973, ele assume como carnavalesco da escola de samba e fez parceria com a artista plástica Maria Augusta. Com o enredo “Eneida: amor e fantasia” eles conquistaram o terceiro lugar no carnaval do Rio de Janeiro.
No ano seguinte, em 1974, ele iniciou carreira solo e faturou o título daquele ano pelo Salgueiro, com o enredo “O Rei de França na Ilha da Assombração”. A segunda conquista aconteceu em 1975 com o trabalho “O Segredo das minas do Rei Salomão.”
Joãosinho Trinta saiu do Salgueiro após problemas com a diretoria da escola de samba e seguiu para a Beija-Flor, onde teve uma carreira de sucesso e de títulos com o parceiro figurinista Viriato Ferreira.
Com ousadia e enredos luxuosos, Joãosinho Trinta passou a ser chamado de gênio e reinou no Rio de Janeiro conquistando os títulos do carnaval de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Ele ainda teve destaque com dois trabalhos carnavalescos que ficaram com a segunda colocação, em 1986 e em 1989.
![27 de fevereiro de 2006 - Afastado do Carnaval desde 2004, em razão de um derrame, Joãosinho apareceu na Marquês de Sapucaí em um carrinho motorizado junto a outros cadeirantes no desfile da Vila Isabel, escola campeã daquele ano (Foto: Dida Sampaio/AE) 27 de fevereiro de 2006 - Afastado do Carnaval desde 2004, em razão de um derrame, Joãosinho apareceu na Marquês de Sapucaí em um carrinho motorizado junto a outros cadeirantes no desfile da Vila Isabel, escola campeã daquele ano (Foto: Dida Sampaio/AE)](https://i0.wp.com/s.glbimg.com/jo/g1/f/304x0/2011/12/16/09.jpg)
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Marquês de Sapucaí em um carrinho motorizado
junto a outros cadeirantes no desfile da Vila Isabel,
escola campeã (Foto: Dida Sampaio/AE)